Enfim, deixei de ser mais um seduzido
por aquela vontade louca de ter e poder
o desejo sempre cruel, forte e incontido
uma paixão voraz sempre a nos absorver.
E foi assim, somente a partir daquele dia
que eu pude abdicar do desejo impulsor,
que olhei para a vida com a humanidade,
dos que a enxergam com mais amor.
E notei o que ela representava para mim
muito além de que uma existência material,
despojei-me então daquela impulsão gradual
pois, era até ali, cego guiado pelo desejo.
Lamentei-me por tanto tempo perdido
existência de consumismo fútil e iludido
em que vivi apenas buscando o prazer
das conquistas, do ter tudo e jamais ser.
Agora que a aquela máscara do consumo
já não mais integra o meu invólucro
olho para a fauna e a flora com respeito
raciocino, racionalizo, reutilizo, reciclo.
Sozinho eu sei que não mudarei esse absurdo
nem poderei conscientizar outras pessoas
mas, espero que outros mudem de atitude,
então, poderemos mudar o destino do mundo!
Valter Montani
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