A lua cheia a tentar vencer a escuridão
uma solidão insistente, a me perturbar,
o silêncio total causando-me apreensão
mas eu sinto: há alguém a me observar!
Sinto um doce aroma a me provocar,
Hoje minhas mãos se calam,
Observo o vazio no horizonte
Reservo-me ao direito sagrado
De ficar só, quieto, prostrado.
Deixo o vento meu rosto tocar
Sem esboçar nenhuma reação.
Esvazio meu peito das mágoas,
Será esta a minha melhor reação.
Não quero saber de quem me feriu,
Seja com palavras, atos ou omissão.
Essas pessoas não são merecedoras,
De habitar este liberto coração.
Levanto minha espada sem resignação,
E corto ao meio todas resistências
Que tentam em vão impedir-me
De encontrar a verdade e evolução.
Minha armadura foi confeccionada
Com material oriundo do bom pensamento,
Daqueles que ajudaram a libertar-me
De qualquer forma de prisão e tormento.
Minha fortaleza foi totalmente edificada
Com as pedras que no caminho encontrei,
Sobrepostas de forma a impedir-me o caminhar,
Aprendi a ser forte e jamais hesitar.