28 de novembro de 2024

A bela e a fera

 

Beleza suspensa a flutuar
com uma leveza celestial,
deusa do prazer a bailar
convite ao pecado carnal.

Exalando o perfume no ar
 com movimentos sensuais
inconsciente me faz sonhar,
com prazeres existenciais.

Minha mente está conturbada
meus neurônios estão a mil,
emitem os sinais em rajada
libertando um desejo febril.

Minh'alma está a dilacerar
músculos, ossos expandindo,
meu corpo parece rasgar
 a excitação vai dominando.

Já não sou mais responsável
por meus atos e atitudes,
sou prisioneiro imperdoável
duma vontade sem virtudes.

Inquietam-se minhas pupilas 
sinto meus pelos eriçados,
minhas narinas expandidas
os membros descontrolados.

Num instante vai-se a cautela
cai a máscara do ser normal
logo, o animal interno se revela
com sua voracidade abissal.

A bela libertou a minha fera
então, se fez tarde para recuar.
A vontade de devorar impera,
chegou a hora do lobo atacar!


© Valter Montani
08/11/2011 
 *proibida a reprodução sem autorização
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24 de novembro de 2024

Paixão

 

 Paixão

Paixão, estranha forma de amor
sentimento cruel e avassalador,
para alguns concede alegrias,
a outros só  amargura e  dor.

Paixão, incendiário jeito de amar
queima o corpo e sufoca a alma,
conduz ao calabouço do desejo
 subtraindo a razão e a calma.

Paixão, inexplicável e louco amor
que chega assim sem hora marcada,
 depressa dentro do peito faz morada
deixando ali, suas chagas e amargor.

Paixão, incompreensível modo de amor
que quase sempre machuca onde passa
faz em quem vivencia uma grande devassa
deixando-lhes reféns desse imenso clamor.
 
Mas, mesmo assim, isso não há de ser nada
com esforço e perseverança, tudo se esquece,
uma  paixão,  da forma que começa  termina
e no horizonte, um novo dia sempre amanhece.

Valter Montani

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22 de novembro de 2024

Diana

 


Algo para ficar na memória
num panteão, ode a feitiçaria 

aquela presença vivaz e felina
a imagem sexy que me atraíra.

Aquele olhar direto a distância 
como quem observa uma presa
as passadas firmes e seguras
rumando em direção a minha mesa
como quem já previa a conquista.
Ao se aproximar, deslumbrou-
me

com aquela sedutora beleza
olhos 
paralisadores e faiscantes 
cabelos longos e brilhantes.
Um rosto belo e harmonioso 
e, desviando a minha atenção,
aquilo que seu decote revelava
levando-me a autocombustão.
Seu vestido alongado vermelho 
com aquela gentil fenda lateral
foi o cruel golpe de misericórdia 
já não havia mais como escapar.
Suas unhas longas e vermelhas
garras firmes de fera devassa
cravou-as em meu peito arfante
e o grande caçador de outrora 
perante a deusa Diana se fez caça.

Valter Montani

*imagem meramente ilustrativa montada com foto de Monica Bellucci
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3 de novembro de 2024

Gueixa

 



Pele alva, delicada.
Olhar distante cor de ameixa
iluminado pela pureza
e irresistível delicadeza,
causando inveja até à flor.
Cabelos negros, brilhantes,
dispostos em suaves madeixas.
Boca carmim entrefechada
ocultando segredos do amor.
Jóia fina que encontramos
desde o passado distante
na terra do Sol Nascente,
misterioso e belo Oriente.
Souvenir embalado com fineza
aspecto tranqüilo e acolhedor
que aparenta nunca ter queixa
e ser alheia à própria dor.
Fonte inesgotável de carinho
és honorável, inolvidável Gueixa.

©Valter Montani
revisado: Regina Azevedo

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1 de novembro de 2024

Ausência

 


Enquanto o sol insiste em não raiar
e a escuridão sombria me envolve 
os pensamentos sequestram a mente
 a nostalgia aos poucos me absorve.

Ainda no ar, persiste o teu perfume
nos dedos ainda sinto a  tua maciez
teu néctar, impregnou-se na minha boca
e a alcova vazia chora a tua escassez.

Esquecida na mesa tua caneca favorita
vazia como meu coração, jaz entristecida.
No peito sem razão reina firme um desejo
matar essa saudade, vontade de teu beijo.

Espalhados por armários e nas gavetas
te esperam esperançosos, teus pertences
como se de repente, você pudesse voltar
e, com teu sorriso nossa casa iluminar.

 O relógio na parede é fria testemunha
das horas tristes que meu dia se compõe
minuto a minuto, escoando vai-se o tempo
enquanto em vão, busco por algum alento.
 
As vezes, minha mente trama loucuras
um modo de abreviar meu sofrimento
para então,  ao teu lado caminhar
mas, fazendo isso jamais iria te encontrar.

E assim, de mãos dadas com a amargura
busco algo para preencher a sua lacuna
cumprindo a risca a minha penitência
vou sobrevivendo...com a tua ausência.

Valter Montani 
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